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PLURAL: os textos de Neila Baldi e Noemy Bastos Aramburú

Desejos para 2022
Neila Baldi 
Professora universitária

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Sempre que um ano começa, a gente renova as esperanças. Neste país despedaçado e desgovernado, a esperança se chama eleições presidenciais. Enfim, chegamos ao derradeiro ano do fim do mandato do inominável. Nunca antes na história desse país, tivemos um ser tão vil ocupando a cadeira mais importante da República.

Para 2022, desejo que tenhamos um Chefe de Estado. É a primeira premissa. Quero alguém que represente meu país no que ele tem de melhor, não de pior. Quero alguém que se importe com seu povo. Que compre vacina, não porque um governador comprou e tem medo de perder a eleição para ele, mas porque sabe que vacinas salvam vidas. E que não brigue com a ciência, nem estimule movimentos contra vacinas. Que se vacine, dando o exemplo, e estimule todos e todas a estarem com suas carteirinhas em dia: não apenas contra a Covid.

Para 2022, quero que a gente escolha alguém que sinta a dor do seu povo. Que o "e daí" fique no passado. Que saiba "que todos nós vamos morrer um dia", mas que não precisamos apressar a morte ou negligenciar a vida. Que não deixe faltar oxigênio em hospital de nenhuma cidade e que se, por eventualidade, a tragédia se abater, socorra o seu povo.

ELEIÇÕES

Em outubro de 2022, quando formos às urnas, espero que a gente escolha alguém que não viaje em feriados ou saia de férias quando o país mais precisa de um chefe de Estado. Que não recuse ajuda humanitária por birra política. Que se uma enchente se abater sobre uma cidade, Estado ou região, não apenas libere recursos para a reconstrução de estradas ou para a defesa civil, mas que interrompa tudo o que estiver fazendo - inclusive nada - e imediatamente vá ao local. Quero um ser humano no Palácio do Planalto. Será que é pedir demais?

Para 2022, quero alguém que não nos ameace. Que não diga que outro poder pode "sofrer aquilo que não queremos". Que não diga que vai divulgar o nome daqueles e daquelas que liberaram vacina x ou z. Que não persiga inimigos. Que a gente não precise cantar: Amanhã vai ser outro dia... Ou vai trabalhar vagabundo.

FIM DO TÚNEL

Quero imaginar que, em 2022, teremos uma luz no fim do túnel. Escolheremos um democrata. Alguém que invista em saúde, educação, ciência.

Para 2022, quero que a era das trevas fique no passado. Que olhemos para trás e pensemos: como deixamos chegar a esse poço sem fundo? E que no fim do túnel tenha um Luiz. Desejo que meu Réveillon seja em Brasília, como em 2002, que o povo tome as ruas, cante e dance, ao som daquela canção: Pra ser feliz de novo!

O funesto carnaval

Noemy Bastos Aramburú
Advogada, administradora judicial, palestrante e doutora

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Até a presente escrita desta resenha, ao menos 11 capitais anunciaram o cancelamento dos desfiles de Carnaval. Somos conhecidos como o País do Futebol e do Carnaval, apesar dessa festa ser notoriamente brasileira mundo afora, ela não tem raízes canarinhas. A célebre festa tem seu nascimento na Grécia antiga, onde os gregos comemoravam a entrada da primavera. Contudo a folia foi herdada de nossos colonizadores, que no século XV trouxeram a tradição em forma de brincadeira nos dias que antecedem a Quaresma. 

A folia, sempre foi uma forma de extravasar, esquecer dos problemas, atirar tudo para cima porque é Carnaval. Para tudo! Parem todos! Assim diziam outrora os foliões. Abram alas que o rei momo vai passar! Enfim, o espírito carnavalesco nasce com o brasileiro. Entretanto, veio o Covid-19, e arrancou o Carnaval de 2020 e 2021. Nesta semana entramos em 2022, e a nossa "Christmas Carol", versão canarinha começa, - o livro "A Christmas Carol" trata do famosa história da visita dos Espíritos dos Natais, onde numa véspera de Natal o personagem Scrooge que é um velho rico, triste, avarento e inimigo do Natal, recebe a visita de três espíritos, do natal passado, do natal presente e do natal futuro. Bom, não vou terminar o conto porque é mais que conhecido por nós, mas a moral do conto é que não podemos deixar morrer em nós o verdadeiro espírito de natal - estamos indo para o terceiro ano sem carnaval, e muitos brasileiros, principalmente prefeitos, estão sendo visitados pelo "espírito de carnaval", o primeiro espírito, que é do carnaval passado, que não houve devido a pandemia, e que nos lembra que as festividades não foram realizadas para evitar a mortandade, o segundo espírito é do carnaval iminente ou presente, de 2022 nos alerta, que o rei momo será a variante Ômicron que pulará abraçada com quem compactuar com esse funesto carnaval de 2022. 

O terceiro espírito, é do carnaval futuro, que nos mostra que se concretizarem as "funestividades" carnavalescas deste ano, nos aponta um futuro onde choraremos e muitos dirão: "Ah! Oxalá tivéssemos escutado os espíritos dos carnavais!". E a moral da visita desses espíritos é: não deixem o verdadeiro espírito de carnaval morrer, o espírito de celebração da vida, da folia, da alegria, mas guardem ele para o ano que vem. Como foi dito anteriormente, 11 capitais já escutaram os espíritos e a voz da ciência, faltam 16 capitais, torçamos para que os espíritos visitem os outros prefeitos, foliões e amantes do carnaval.

Aristóteles afirmava, que o Homem tem tendência natural em viver em sociedade, e essa é a finalidade principal da nossa natureza, contudo, apesar de que essa necessidade é nossa essência no intuito suprir a incompletude humana, precisamos aprender a "viver em sociedade", e abrir mão do Carnaval, é a lição do dia. Fujamos deste tenebroso e funesto Carnaval, destronemos a Ômicron, para gritarmos "Viva o Carnaval em 2023!". A escolha da realização ou não do Carnaval não é política, para esquerda ou para direita, mas é uma escolha para a vida, para o bem do próximo todos digam, Ôôô abram alas, que a vida quer passar!

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